26 de jun. de 2008

6:30 h



Aconteceu. E foi bem do jeito que ela me dissera.

Mais um dia. Arrumou-se e foi para a escola. Não encontrou com quem queria na ida, e o dia foi tão normal quanto os outros. E na exaustão de mais um dia de aula, amontoado de provas, estava na hora de voltar para casa, e ela foi pegar o ônibus. Já cansada de esperar, passa o primeiro, que para sua revolta, não para. Sua expressão era de raiva, mas para sua surpresa, logo veio outro, e esse, parou para ela.

Agradecendo aos céus subiu no mesmo e para felicidade de sua infelicidade, a "luz dos olhos teus" se encontrara no ônibus, tirando toda sua pressa. Fingiu que não o viu, afinal o esquema é que ele nunca a note, ou note.

Chegando ao primeiro terminal, o ônibus esvaziou-se um pouco. Porem não era o destino de ambos. Ela já acostumada e esperta, logo arranjou um lugar para sentar-se. Ele veio logo atrás e como sobrara um lugar do seu lado, sentou-se depressa. (Era como se cumprisse aquilo que um dia sua amiga lhe dissera. 'Em certo dia vocês vão estar num mesmo lugar, na mesma hora e irá sobrar um lugarzinho bem do seu lado e ele não pensará duas vezes.)

Seu coração acelerara e ela não abrira a boca com medo de que saísse. Apesar de sua maior vontade era de olhar para ele e falar com ele. (Apesar de não ter nada a dizer). Ele também, apesar de disfarçar bem, tinha vontade de olhar, mas também o que iria falar.

E foram assim durante o caminho. Um obrigatoriamente evitando o outro.

Estava bastante próximo, e ela sabia muito bem. Jurava que nunca tinha passado tão rápido seu longo caminho. E era chegado o destino dele. Porém ela não poderia de deixar de pronuncia algo, pois por mais incrível, ela nunca tinha falado com ele, ainda mais assim, tão de pertinho.

Tomou coragem e disse, timidamente:
- Me informa as horas?
- Seis e meia. - respondeu ele, ao olhar para o relógio e virar-se para ela, cegando-a de vez.
- Obrigada! - foi só isso que ela conseguiu disser e também só o que deveria.

E foi assim. Ele falou com ela e foi exatamente às seis e meia de uma tarde fria (porem não para ela!).

Chegando ele a seu destino, levantou-se e foi embora.
E naquele momento ela sentira derreter-se, tudo o que havia dentro dela.

Dois pontos depois, ela chegou a seu terminal final, desceu do ônibus, mas seu pensamento ainda estava lá. Parou. Voltou-se a sua lucidez, pois com coração nas nuvens se não se concentrasse, acabaria pegando o próximo ônibus errado. Com destino para Lua.